O autor das peças de teatro e dos grandes shows morreu.
Morreu não como todos morrem.
Morreu diversas vezes,
Por vários ângulos.
Houve pausa, musica e efeitos...
Morreu na rua,
Morreu sob aplausos e lágrimas...
Teve como platéia seus personagens.
Mulheres sem maquilagem,
Mulheres bebadas,
Muheres cansadas.
Homens exóticos,
Homens vaidosos,
Homens sonhadores.
Crianças e animais lado a lado.
Meninos violentos como cães.
Cães com olhares de meninos.
E o poeta lá... deitado, dormindo.
Pela primeira sem pressa,
Pela primeira vez sem medo ou dor.
Ser autor é ser alheio a cena,
Alienado a realidade,
Inventando finais...
O poeta volta ao povo,
E o povo não sabe
Que ali morre parte dele...
A lua indiferente anuncia o retorno
Em uma leitura dramática e estilosa.
Morre um poeta,
Nasce um poeta.
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domingo, 20 de março de 2011
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